Policial alerta para risco de ataques em escolas e defende prevenção com foco na comunidade escolar (ouça)
O policial civil Ricardo Cadaval, com 17 anos de experiência e atuação destacada na Divisão de Investigação Criminal de Concórdia, concedeu entrevista ao vivo à Massa FM nesta quarta-feira, dia 16, abordando um tema sensível e urgente: os ataques violentos em escolas no Brasil. Ouça na íntegra acima.
ATENÇÃO! QUER FICAR POR DENTRO DAS PRINCIPAIS NOTÍCIAS DE CONCÓRDIA E REGIÃO EM TEMPO REAL?Entre 2022 e 2024, o país registrou 27 ocorrências desse tipo, o que representa uma escalada preocupante nos últimos anos. Casos como os de Blumenau e Saudades, ambos em Santa Catarina, marcaram tragicamente essa estatística.
Cadaval destacou que os ataques geralmente não têm alvos específicos e são planejados por jovens que se sentem deslocados e buscam pertencimento em ambientes online, muitas vezes sendo radicalizados em plataformas de jogos e redes sociais. Ele ressaltou a importância de um olhar atento dos pais, professores e responsáveis para sinais de comportamento alterado, que podem ser os primeiros indícios de uma intenção violenta.
O policial também defendeu a criação de comitês multidisciplinares nas escolas, com a participação de educadores, psicólogos, agentes de segurança e familiares, para fortalecer a prevenção. Para ele, segurança escolar não se faz apenas com câmeras ou vigilantes, mas sim com uma cultura de observação, acolhimento e denúncia. “É melhor investigar uma informação falsa do que lamentar uma tragédia”, alertou.
Durante a entrevista, Ricardo Cadaval apresentou quatro pilares que considera fundamentais para a construção de uma cultura de segurança escolar: fugir da negação, evoluir constantemente nas práticas e tecnologias de prevenção, não hesitar diante de qualquer sinal de risco, e buscar conhecimento de forma contínua.
Cadaval ainda reforçou que, embora o tema costume ganhar força após tragédias, é essencial manter o debate constante e aprofundado. Segundo ele, é preciso vencer a resistência social em falar sobre segurança e tratar o problema de forma técnica e comprometida, com base em dados e estudos.
Por fim, o policial fez um apelo direto aos pais: supervisionem o que seus filhos consomem na internet, estejam presentes e abertos ao diálogo. “Seu filho pode estar no quarto, mas está exposto a milhares de influências lá fora. E sozinho, ele não saberá filtrar o que é bom ou ruim”, concluiu.