ALL faz estudo de viabilidade e pode acionar ferrovia ligando Piratuba a Mafra em meados de agosto de 2010
Lideranças políticas e empresariais de Santa Catarina e do Paraná lotaram o auditório da Universidade do Contestado, nesta sexta-feira (6), em Porto União, num encontro promovido pela Frente Parlamentar das Ferrovias. Oito deputados estaduais e federais, 20 prefeitos e vice-prefeitos, 20 vereadores, representantes de associações de municípios e várias entidades do setor produtivo e turístico se reuniram com representantes da empresa América Latina Logística (ALL) para exigir a reativação da Ferrovia do Contestado. O trecho contempla 613 quilômetros entre o município de Mafra e a cidade gaúcha de Marcelino Ramos, passando por Porto União, mas está desativado desde o final dos anos 90.
Coordenador da Frente Parlamentar das Ferrovias, o deputado estadual Pedro Uczai comemorou o grande número de lideranças que participaram do encontro e os resultados alcançados. "Essa é uma luta de todos. Nosso único objetivo é unirmos forças para que possamos ter essa ferrovia voltando a funcionar o mais breve possível, pela importância econômica, social e cultural que ela tem para a região. Não somos contra a ALL ou quem quer que seja, mas precisamos que a empresa tome uma decisão: ou retome as operações, ou devolva a ferrovia ao governo federal", disse o deputado, ao defender que a ALL reative o trecho ou devolva ao governo federal. Uczai também destacou a importância de outros trechos ferroviários complementares à Ferrovia do Contestado, a exemplo da Ferroeste - estatal paranaense que também participou do evento.
Um dos principais apoiadores do movimento pela reativação da Ferrovia do Contestado, o prefeito de Porto União, Renato Stasiak, se disse emocionado com o encontro: "Essa participação dos dois estados demonstra a importância da ferrovia para a região. Esperamos que este encontro de hoje seja o início da retomada deste importante instrumento de desenvolvimento", destacou.
ALL promete concluir estudo de viabilidade até dezembro
Depois de quase três horas de debate e manifestações incisivas sobre a importância da ferrovia voltar a operar para impulsionar o desenvolvimento regional, a empresa responsável pelo trecho apresentou um cronograma de trabalho que se estende até o próximo ano e se comprometeu a buscar uma solução para o problema.
"A ALL não vai ser obstáculo. Se os clientes não presentarem a demanda necessária de cargas, vamos estudar a possibilidade de devolver o trecho ao governo federal", afirmou o diretor de gente e relações corporativas da ALL, Pedro Almeida.
Ele alegou a baixa demanda de cargas para justificar a desativação da Ferrovia do Contestado, mas afirmou que até o final de dezembro a empresa pretende concluir um estudo de viabilidade econômica e, caso os resultados forem positivos, em agosto de 2010 alguns trechos já poderão ser reativados.