Alunos param as aulas no IFET de Concórdia e diretor não descarta retirar câmeras de vigilância instaladas no alojamento dos estudantes
Um grupo de alunos do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Catarinense - Campus Concórdia decidiu paralisar as atividades na manhã de ontem. Uma forte mobilização foi formada e deverá permanecer até que a reitoria atenda reivindicações dos alunos. Os portões de entrada da instituição também foram fechados.
O principal ponto que desencadeou o descontentamento foi a implantação de câmeras de vigilância nos alojamentos. "Eles simplesmente instalaram e nós tivemos que aceitar. Isso foi a gota dágua. Foi a falta de diálogo entre os alunos, professores com os órgãos internos". As aulas só retornarão no momento em que os equipamentos de filmagem forem retirados, garantem os estudantes.
De acordo com o presidente do Grêmio Estudantil, Bruno Frigeri, o protesto é pela questão de que os alunos não são mais ouvidos. "A reitoria não se importa mais com a opinião dos alunos". Para Frigeri, a instalação desses equipamentos "é o símbolo do desrespeito que eles tiveram contra nós. É a nossa intimidade que está aí dentro, pois somos nós que moramos", desabafa.
Direção se posiciona
De acordo com o diretor do IFET-Concórdia, Paulo Jerônimo de Oliveira, foram os pais que solicitaram a instalação das câmeras de vigilância no alojamento dos estudantes. A medida visa garantir a segurança do local. Ele não descarta a possibilidade de retirar alguns equipamentos que foram colocados em meados de agosto, depois de um recesso devido a novo gripe.
Oliveira garante que os pais estarão no IFET, nesta quarta-feira, dia 7, para novamente discutir a situação. Aos poucos os alunos que protestavam no portão principal da escola estão voltando às aulas. O diretor do IFET também garante que a relação entre direção, professores e alunos é considerada "boa" e que os estudantes participam das decisões internas. Oliveira acredita em uma solução pacífica para o caso.