Delegado que comandou a "Operação Siga Bem" afirma que empresário concordiense vai responder por receptação e corrupção ativa
O delegado de polícia da cidade de Itumbiara/GO, Ricardo Torres Chueire, concedeu entrevista para o jornalismo da Rádio Aliança e confirmou que o empresário concordiense, Roque Raimundo Hass, preso durante a "Operação Siga Bem" da Polícia Rodoviária Federal, vai responder dois processos. O primeiro é por receptação, por ter comprado um caminhão roubado e o outro por corrupção ativa, porque segundo o delegado o empresário pagou propina para os policiais para não ser preso.
O empresário foi liberado da prisão no final da tarde de ontem e responderá pelos crimes em liberdade. Ainda segundo o delegado o empresário não é membro da quadrilha e realmente caiu em um golpe ao adquirir o caminhão.
Entenda o caso:
A Operação "Siga Bem", realizada pela Polícia Rodoviária Federal para desmontar uma quadrilha de roubo de veículos de carga, foi realizada em 14 cidades. Ao todo foram expedidos 101 mandados, sendo 40 para efetuar prisões e 61 para busca a apreensão de materiais. O trabalho resultou na apreensão de 119 veículos, e 40 pessoas tiveram prisões temporárias decretadas, nos estados de Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Goiás. Entre os presos estão também mulheres, que eram usadas para atrair os motoristas, facilitando o roubo. Também foram apreendidas oito armas, 16 computadores e 28 veículos. Os veículos eram caminhões, carretas, e carros usados nos crimes.
As investigações começaram há seis meses, quando um suspeito foi preso no na região Sul de Goiás. A quadrilha roubava os veículos, e adulterava os chassis. De acordo com policiais rodoviários federais especializados em identificação veicular, a técnica de adulteração dos bandidos beirava a perfeição. Após a remarcação, o grupo criava nova identidade para o veículo no Registro Nacional de Veículos Automotores (RENAVAM), por meio de despachantes. A quadrilha então contratava serviços de seguradoras, e voltavam a roubar as carretas. Um mesmo veículo chegou a ser usado no esquema três vezes.
Após o esquema, os criminosos vendiam os caminhões no mercado paralelo por até metade do preço, desmanchava e vendia as peças ou as enviava para a Bolívia. Segundo a PRF, os bandidos movimentavam dez veículos por semana e, pelo menos oito carretas seguiam para a Bolívia mensalmente. Cerca de R$10 milhões já chegaram a ser movimentados em apenas um mês, boa parte da quantia com o golpe nos seguros.