Presidente da Sadia, Luiz Fernando Furlan, concede entrevista exclusiva à Rádio Aliança e fala sobre a criação da Brasil Foods (BRF)
O presidente da Sadia, Luiz Fernando Furlan, concedeu entrevista exclusiva à Rádio Aliança, nessa manhã, oficializando a fusão com a Perdigão e a criação da Brasil Foods (BRF), a 10ª maior empresa de alimento das Américas. "Foi uma longa negociação e envolveu mais de três meses. Nós procuramos o melhor para os acionistas, colaboradores e integrados", disse. Furlan garante que os trabalhos irão continuar normalmente com toda a equipe e as mudanças serão no Conselho de Administração, onde irão participar membros indicados pela Perdigão e Sadia, após os atos serem oficializados.
Logística
A sede da Brasil Foods será em Santa Catarina. "Eu insisti para que a sede continuasse em Concórdia, mas houve argumentos com certa razão de que Concórdia não oferece condições ideais para a estrutura logística, voos regulares e aeroporto em condições. Ai concordamos que Itajaí seria a melhor cidade", revela. Furlan afirma que em Itajaí a nova empresa BRF terá a sua disposição dois portos para o despacho de produtos e um aeroporto com status internacional. "O coração da BRF continua sendo Santa Catarina e como vocês sabem o meu coração é concordiense", reitera.
O presidente garante ainda que as duas empresas juntas irão formar em breve a 3ª maior empresa exportadora do país, perdendo apenas pela Vale do Rio Doce e Petrobras. Ele afirma que o foco será o mercado internacional. Os produtos com a marca Sadia irão continuar sendo comercializados de forma normal. "Não haverá mudança no mercado com os produtos e vamos continuar disputando a preferência do consumidor", garante.
Funcionários
O presidente do Conselho de Administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan, garante que não irá ocorre demissão em massa de funcionários. "Fiquem tranquilos, Não existe perspectiva de demissões". O executivo explica que nos próximos seis meses não haverá nenhuma mudança significativa. "Não vamos mexer uma palha", conta. Furlan ressalta que fusão das duas gigantes brasileiras deve fortalecer as exportações, exigindo maior contratação de funcionários e oportunidades para os produtores integrados.
Gestão da BRF
Furlan está confirmado com presidente da Brasil Foods. Ele garante que não vai haver dominância de executivos e todas as decisões serão tomadas com "calma" e planejamento. "Não haverá dominância de culturas de uma empresa sobre a outra", reitera Furlan. O presidente explica que assessores neutros contratados terão condições de analisar as melhorar práticas de cada empresa para uma espécie de troca de experiências entre as unidades da BRF. "Lá em adiante, com planejamento nós vamos poder inclusive programar novos investimentos e fazer com que essa empresa seja um orgulho nacional", comemora.
Dívidas da Sadia
De acordo com Furlan, as dívidas de curto prazo da Sadia, deixam de ser um problema apenas da Sadia, mas também da BRF. Ele afirma que haverá um aumento de capital e liquidar toda a dívida em curto prazo e investir no futuro. "A empresa (BRF) do jeito que foi formatada tem condições de andar com as suas próprias pernas e resolver os seus problemas", garante. A previsão é que 50 mil acionistas farão parte das duas empresa. "Os outros acionista também serão bem vindo", diz Furlan.