
Veja o que disse à polícia o piloto do balão que caiu e deixou 8 mortos em SC

O piloto Elves de Bem Crescêncio, que conduzia o balão de ar quente que pegou fogo neste sábado, 21, em Praia Grande (SC), contou que o extintor de incêndio falhou durante a tentativa de conter as chamas. O acidente deixou oito mortos e 13 feridos. O profissional, licenciado pela ANAC para pilotar balões livres, confirmou que o equipamento de segurança não funcionou no momento do acidente.
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Vinte turistas haviam embarcado para fazer o passeio que deveria durar cerca de 45 minutos. Mas poucos minutos após a decolagem, o balão pegou fogo.
"Com algo em torno de três minutos de voo, sinto um cheiro de queimado dentro do cesto. Quando olho para baixo, a capa do tanque de gás tinha um início de incêndio. Comecei com o pé tentando apagar o fogo, não consegui. Peguei o extintor de incêndio que tem no balão, tirei o lacre. Na hora que apertei, não saiu nada de pó", afirmou Elves em depoimento à Polícia Civil exibido pelo Fantástico neste domingo, 22.
Ao não conseguir apagar o fogo, o piloto orientou os passageiros a se abaixarem e a saltarem quando o balão tocasse o solo. Parte dos ocupantes conseguiu pular durante a tentativa de pouso forçado. No entanto, com a redução do peso, o balão voltou a subir rapidamente, levando consigo aqueles que ainda não haviam conseguido sair. Em seguida, a estrutura caiu em chamas.
O piloto afirmou ainda que acionou o serviço de emergência (190) e permaneceu no local após o acidente, colaborando com as autoridades. Elvis contou que possui experiência cerca de 700 horas de voo. "É um balão bem grande, que levanta 1.950 kg, tem uma força tremenda", explicou.
Segundo reportagem do Fantástico, das oito vítimas fatais, quatro morreram carbonizadas e as outras quatro em decorrência dos ferimentos sofridos ao saltar do balão que havia voltado a subir. De acordo com a Polícia Civil, o incêndio ocorreu devido a um maçarico que estava dentro do cesto e rapidamente as chamas se espalharam. O acidente durou aproximadamente quatro minutos.
Victor Mondino e Lais Paes, um casal que estava no balão e sobreviveu, contou ao programa da TV Globo sobre o ocorrido. "Ele conseguiu descer [o balão] e, ao mesmo tempo, disse: pessoal, na hora que bater, vocês pulam. Ou seja, no chão. Quando o cesto tocasse o solo, era para a gente pular", relembrou Victor.
"Eu não percebi que nem todos tinham conseguido pular. Vi que alguns estavam ali e pensei: deu certo, nos salvamos, né? Mas, quando virei, vi que o balão ainda estava no ar e começamos a ver as pessoas caindo", lamentou Lais.
Os cinco feridos que foram atendidos na unidade hospitalar já tiveram alta. Testemunhas que presenciaram o ocorrido à distância, também ficaram impactadas emocionalmente. "Estamos acostumados a ver em filmes, mas não ao vivo", relatou uma das pessoas que observou o acidente. "Vai ser difícil esquecer", completou outra testemunha.
A Sobrevoar, empresa responsável pelo balão, afirmou seguir todas as normas da ANAC, lamentou o ocorrido e disse que presta apoio às famílias das vítimas.
Os sobreviventes, apesar de aliviados por estarem bem, relataram o trauma e a tristeza por aqueles que não conseguiram se salvar. "A gente vai, aos poucos, organizando a mente para conseguir seguir em frente, agradecendo por estarmos vivos, mas muito tristes pelas pessoas que não conseguiram sair", disse Victor.
Fonte: Terra.com


