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Após demora para recolhimento de corpo, responsável pela Polícia Científica explica situação(ouça)

Felipe Braga conversou com a Massa FM e destacou que o órgão enfrenta defasagem de profissionais e realiza outras atividades.
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A demora de cerca de cinco horas para a remoção do corpo de uma vítima de acidente de trânsito no interior de Concórdia gerou indignação e questionamentos por parte da comunidade nesta quarta-feira, dia 11. O acidente envolvendo carro e moto aconteceu por volta das 6h50 da manhã na comunidade de Linha Canhada Funda e resultou na morte de um homem de 34 anos.

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O corpo da vítima permaneceu no local até aproximadamente 12h, o que provocou manifestações de revolta nas redes sociais e entre populares que acompanharam a situação. Diante da repercussão, a reportagem da Massa FM procurou a direção da Polícia Científica, responsável pela remoção e perícia nos casos de morte violenta, em busca de esclarecimentos.

Em entrevista, o superintendente regional da Polícia Científica de Chapecó, Felipe Braga, explicou que o atraso foi consequência de um cenário delicado enfrentado atualmente pelo núcleo de Concórdia. Segundo ele, de um total previsto de 11 servidores, o setor está operando com apenas cinco profissionais. Dois deles foram exonerados recentemente e outros quatro estão afastados por motivos médicos.

Braga destacou que o trabalho realizado pelos agentes de medicina legal é extremamente exigente, tanto física quanto emocionalmente. “É uma atividade que envolve o acesso a locais remotos, íngremes, em qualquer condição climática, e muitas vezes lidando com corpos em decomposição, mutilados, de vítimas de crimes graves, inclusive crianças. Isso naturalmente gera um impacto considerável na saúde física e mental dos profissionais”, afirmou.

Além da remoção de corpos, o núcleo de Concórdia também é responsável por outras demandas, como necrópsias, perícias em locais de crime e emissão de documentos de identidade. Toda essa carga, segundo o superintendente, recai sobre um grupo reduzido de servidores, o que gera sobrecarga e limitações operacionais.

Para minimizar os impactos, a superintendência de Chapecó tem enviado reforços à região. Porém, o deslocamento entre as cidades enfrenta desafios logísticos. “A rodovia que liga Chapecó a Concórdia está em obras, é pista simples e com vários trechos de ‘pare e siga’. Mesmo com viaturas com sirene e giroflex, há pontos em que fisicamente não é possível ganhar tempo”, explicou Braga.

Quanto à perspectiva de melhoria, há previsão de chegada de dois novos agentes ainda em 2025 para o núcleo de Concórdia. No entanto, há uma dificuldade específica quanto à permanência de médicos legistas. Atualmente, apenas um médico legista atua na cidade, e não há concurso vigente para novas nomeações. “O cargo deixou de ser atrativo para muitos médicos, especialmente porque o serviço público já não oferece mais integralidade e paridade, além do tempo longo para progressão na carreira”, observou.

O superintendente lamentou a situação ocorrida em Concórdia e se solidarizou com os familiares da vítima. “Apesar das dificuldades, nenhum atendimento ou atribuição da Polícia Científica deixará de ser realizada da melhor forma possível. Lamentamos o sofrimento adicional causado pela espera, e estamos trabalhando para restabelecer a estrutura ideal no núcleo de Concórdia”, finalizou.


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